Ela e o por do Sol

Ela pegou sua bicicleta e foi viver pelo mundo. Não foi muito longe, nem tinha fôlego para isso, mas viver pelo mundo naquele dia era apenas ter coragem de sair de casa. Ela não é de praticar atividades físicas, mas andar de bicicleta nunca foi para manter o físico, mas uma questão de liberdade. Sempre foi e sempre será. Seu escape, seu momento com ela, Deus e vento que bate no rosto e que faz ter valido a pena ter saído de casa. Naquele dia foi exatamente isso que aconteceu, ela saiu de casa quando venceu a luta contra o desânimo pegou a bicicleta e saiu. Ela que pensava em seguir outro caminho, se viu hipnotizada pelas cores do por do sol e seguiu linha reta rumo ao rosa quente e alaranjado que se misturava com o azul celeste. Ela foi na direção das cores como quem deseja achar ouro no fim do arco íris. Mas no fim da descida o sol se escondia atrás das árvores, então ela seguiu seu caminho. Caminho esse que a levou de volta ao colorido. E ela vidrada naquela paisagem onde via o sol se por com muito mais cores decidiu pegar o caminho mais longo para ficar mais tempo vendo aquela cena. Ela desceu da bicicleta e foi andando lentamente enquanto perplexa estava paralisada com a pintura de Deus exposta em céu aberto. Como se só ela estivesse observando essa arte.

O azul que se transformava no roxo, que tocava o rosa que virava laranja que estava ao lado do amarelo que tocava o sol. Ela só queria paralisar aquele momento no porta retrato da sua mente e foi o que ela fez. Ela segurou aquele momento e guardou para si, para nunca mais esquecer. E lá do alto subiu na bicicleta olhou pela última vez para as cores que já estavam se perdendo na noite e seguiu seu caminho. Enquanto ouvia sua música favorita e o vento batia no seu rosto ela sabia que tinha acabado de viver. Foi isso que o por do sol fez com ela, a fez sentir viva e foi responsável pelo sorriso tímido no canto de sua boca.

Naquele dia ela saiu pelo mundo e viveu.

Rebeca Rihensa